"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O Orçamento, os Partidos, o Jogo de Xadrez e Nós

O jogo de xadrez da vida dos cidadãos, jogado pelos políticos, é levado a um ponto em que estes já não se lembram do que está em causa, absorvidos pelo tacticismo e pelo desejo de vitória sobre o adversário.

Chegados a este ponto, o que é ou será a nossa vida já não interessa, já nem é lembrado. Só interessa a obsessão pelo jogo, entretanto, inútil.
Mais do que inútil, perigoso. Pelo que põe em causa.


Em O Sétimo Selo, Ingmar Bergman coloca a sua personagem principal (o cavaleiro) a jogar xadrez com a personificação da morte, à beira mar.
“Cada jogada torna-se um adiamento à morte do cavaleiro, e apesar de ele saber que irá morrer, tenta cada vez mais adiar a sua morte de modo a descobrir mais sobre a vida. Ele procura o Conhecimento (...)”

Ao menos, Bergman fez uma obra de arte.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Islândia - Futebol e Leitura

Em futebol, Portugal venceu, com relativa facilidade, a selecção da Islândia.

Entretanto li que a biblioteca central de Reiquiavique (Reykjavík, à islandesa), tem uma média de empréstimos mensais na ordem dos 40 mil livros, numa malha urbana de 80 a 100 mil habitantes - Francisco José Viegas, revista Ler deste mês.

Parece-me que em leitura estamos a perder.
Eu sei que o inverno na Islândia é bem mais frio, não têm tantas horas de sol, devem estar mais horas dentro de casa... Mas não é isso, não.

Reykjavík



Só conseguimos pensar em grande!

«(...) Portugal não consegue juntar dois partidos para decidir o orçamento mas consegue ir para o Conselho de Segurança da ONU para resolver os conflitos entre nações.»
                                                                    http://jumento.blogspot.com//

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Políticos

Estou a assistir ao Prós e Contras e confirmo o que já pensava: Jorge Sampaio foi o último político digno desse nome em Portugal.
Depois... FLOP! Um grande FLOP!! Um enorme FLOP!!!

Dúvidas?

Gincanas

Esta mensagem é, em especial e por razões óbvias, para um grupo de antigos alunos:

Hoje voltei a estar na organização/concretização de uma gincana na escola.
O tema era a República, a propósito do centenário do 5 de Outubro de 1910.

Foi o reatar de uma breve tradição (2.ª metade da década de 1990), iniciada pelo Prof. António Jesus. Mas Eu juro que nos papéis (e na minha cabeça) tudo estava bem organizado, mas... como é costume, houve alguma confusão - a manhã acabou por ser o "ensaio geral", à tarde decorreu um pouco melhor.

Quando tiver oportunidade, deixarei aqui umas fotos.

Um grande abraço para vocês.
Saudades

As notícias e a comédia

«(...) o noticiário está a matar a comédia. Repito, ou até radicalizo: o noticiário matou a comédia.»
Abel Barros Baptista



Ontem ouvi a notícia que um prédio da Av. 5 de Outubro, em Lisboa, tinha ruído.


Tive esperança que fosse o Ministério da Educação. E que toda a documentação sobre a avaliação do desempenho docente tivesse desaparecido.

Não era!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Prevenção da violência e gestão de conflitos nas escolas

É título do Público de hoje, secção Portugal, Professores vão aprender a gerir conflitos.

Trata-se de um projecto de formação que envolverá 225 professores “para a prevenção da violência e gestão de conflitos nas escolas” e que é objecto de um protocolo entre o Ministério da Educação e a Universidade de Coimbra.

Muito em breve não procuraremos que os alunos aprendam alguma coisa, apenas que não andem ao murro ou ao pontapé uns aos outros (ou a nós).
Abençoada sociedade que estamos a alimentar.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Educação republicana

«(...) a educação é um produto directo das nossas convicções sociais. A cada novo ideal da humanidade corresponde um novo ponto de vista pedagógico.»

                                                               João de Barros, Educação republicana

Como não parece haver convicções, nem ideais (excepto o "cada um por si"), adivinhe-se o resto!
 

Portugal actual

«Se o Bordalo Pinheiro fosse vivo, neste momento, a fotografia que ele faria do país seria uma barraca de um bairro de lata com um submarino estacionado à porta.»

                Entrevista de Frei Fernando Ventura à SIC Notícias sobre a situação do país. A não perder.
                                                            



A República está aqui!

domingo, 3 de outubro de 2010

Dies Irae

«Apetece cantar, mas ninguém canta.
Apetece chorar, mas ninguém chora.
Um fantasma levanta
A mão do medo sobre a nossa hora.

Apetece gritar, mas ninguém grita.
apetece fugir, mas ninguém foge.
Um fantasma limita
Todo o futuro a este dia de hoje.

(...)»

                                                       Miguel Torga, Cântico do Homem


Esperança?

“(...) temo que cresça o fosso entre os decisores e os cidadãos em geral. (...) Estamos a cair num desinteresse e numa modorra que é relativamente difícil. E sobretudo temos de combater a falta de esperança. (...)
Estou preocupado com a necessidade de uma visão patriótica, moderna e de esperança, e que os sacrifícios que são precisos ser feitos sejam tão desiguais que só aumentem desconfiança, desconforto e distâncias face aos que têm capacidade para decidir.”                                                                            Jorge Sampaio, entrevista à Lusa


Entre temores e preocupações, que esperança podemos ter, quando a confiança em quem decide está no grau zero?

sábado, 2 de outubro de 2010

OMEGA electronic

«No tempo dos relógios de sol
sempre havia de vez em quando
manhãs de nevoeiro!»
                                                                  Jorge Sousa Braga

Manhã de hoje


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Entre Setembro e Outubro

Em dias de muita República...

Setembro que sai


Outubro que entra

«Sete da manhã
O sol acorda
com olheiras enormes»
                                                                                                 Jorge Sousa Braga