"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astrosou para o sorriso das vacas." Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)
Parece que o Estado - e toda uma vasta cambada de privados que come à conta e sempre a dizer mal de quem lhe dá de comer! - continua a viver acima das suas e das nossas possibilidades.
A (des)governação fez-me lembrar a parábola representada no quadro de Brueghel, o Velho - A Queda dos Cegos ou A Parábola dos Cegos.
«Se um cego guia outro cego, os dois caem num buraco.»
Temo-nos cruzado com alguma frequência nos últimos dias.
Nunca Pessoa terá morado numas águas-furtadas de Alfama,
nem nas mais altas. Mas ei-lo aí a escrever (quadras populares?)
Ele que nasceu no dia de St. António,
e que também era António e Fernando como o Santo.
O último quarto de Fernando Pessoa
Pintura de Nikias Skapinakis
A arca está junto à janela
Não há santos populares sem manjericos e
sem sardinhas. Aqui ficam algumas das que concorreram ao
Concurso das Sardinhas Festas de Lisboa 2012. No Núcleo Arqueológico do Millennium BCP,
na Rua Augusta, está em exposição, até ao fim deste mês de Setembro, uma valente
sardinhada com cerca de 200 exemplares que participaram no concurso.
Era o que dizia o marido (já bem bebido, mas triunfal) à mulher (farta de esperar) - a casa tinha duas portas!
Esta piada familiar alentejana a propósito da visita, hoje, à Fundação José Saramago.
Não sabia que fechava aos Domingos.
Andei por Alfama, pós-véspera do S. João, ou seja, no dia do dito.
Visitei o Museu do Fado.
Estava na lista - já tinha falhado a exposição sobre Alain Oulman!
Sem ter muita "coisa" em exposição (um grande acervo museográfico, chamar-me-ia à atenção uma pessoa que eu cá sei), é interessante para quem tem referências deste género musical. Foi divertido procurar "identificações".
Uma pessoa, de repente, repara que tem uma vida cheia de fados. É o que faz crescer, em miúdo, a ouvir a música da mãe. Felizmente que ela comprava e ouvia discos (e tirava fotografias...)!
Não fez mal a Fundação José Saramago estar fechada.
Por ser dia de S. João e ter encontrado este poema - À Cristina - no último livro de Jorge Sousa Braga, O Novíssimo Testamento e outros poemas, compradinho de fresco.
Quando se lê a informação completa sobre a fossilização destas tartarugas, ficamos a pensar que morreram de amor ou por amor... ou por reacção lenta - decididamente, as tartarugas nunca foram um bicho rápido. Para estas, o acto... foi o fim do mundo!
Para título, pensei em "Sexo primitivo provoca a morte", "Sexo tântrico" (estão assim há 47 milhões de anos, caraças!), "Nem a morte as separou", "Demasiado ocupadas para darem por isso", "Apanhadas com as calças na mão", "Antes assim", "E morreram felizes"...
Há 47 milhões de anos!!!
P.S. - Amor fossilizado ou será caso para dizer que o amor fossiliza?
Quando são os grandes partidos que escolhem os seus elementos e estes votam de acordo com os interesses dos partidos que os escolheram - nem dá para fingir que é um órgão isento - para quê estar com palhaçadas?
Do ponto de vista ético, Relvas nunca estará inocente.
Durante uma visita à Escola Secundária de Forte da Casa, no concelho de Vila
Franca de Xira, o presidente do PSD foi abordado por duas estudantes que lhe
perguntaram: «Vai tirar os subsídios de férias aos nossos pais?». Passos Coelho
respondeu à criança: «Eu nunca ouvi falar disso no PSD. Eu já ouvi o
primeiro-ministro dizer, infelizmente, que o PSD quer acabar com muitas coisas e
também com o 13.º mês, mas nós nunca falámos disso e isso é um disparate». As
duas jovens concordaram: «Pois, também nós achamos». «Isso é um disparate»,
reforçou Passos Coelho.
Pode recordar aqui.
Lembro-me de anunciarem a Primavera Árabe (muito cinzenta, pelo menos aos olhos de um ocidental)
Lembro-me da Primavera de Praga - acabou mal.
Lembro-me da Primavera Marcelista - terá chegado a existir?
Lembro-me de receber o subsídio de férias!
A Fernanda e a Almerinda chamaram a atenção para a crónica sobre a Capela do Silêncio, em Helsínquia, tema dos Sinais de hoje, de Fernando Alves - podem ler e ouvir aqui.
Gosto de um certo espírito nórdico, gosto de Helsínquia. Ao contrário do cronista, senti o apelo dos lugares mais a Norte - e só deixei de o sentir por causa das políticas destes (des)governos mais a Sul, que me dificultam o regresso a esses lugares!
Fernando Alves cita uma frase de Sisa Vieira:
«Sempre me impressionou muito o obsessivo convite à meditação que se sente na maior parte das igrejas.»
Ainda em Helsínquia, podemos encontrar uma igreja circular escavada na rocha (Temppeliaukion Kirkko), onde, apesar da quantidade de visitantes (turistas), se sente esse convite. A música que aí se escuta ajuda a esse estado de espírito.
Temppeliaukion Kirkko
Interior e cobertura exterior da igreja (vê-se a cúpula)
No Discurso Direto, da TVI24, Santana Castilho defendeu que a nova fórmula utilizada para determinar as horas lectivas do crédito da escola é o "cúmulo da cretinice administrativa".
Pode ser visto aqui.
O anúncio à Galp que passa na televisão, com o discurso do miúdo aos jogadores da selecção, é um tesourinho deprimente.
Coitado do puto!
Discurso de quem é coitadinho, coxinho das ideias...
Só pode ter sido o Miguel Relvas a escrevê-lo!
Cascais - 21.º Encontro Europeu de Harley-Davidson (até 17 de Junho).
Não foi por isto que fui a Cascais ao fim da tarde, mas era impossível ignorar.
A "fauna" (sem ofensa!) é castiça.
O tempo foi pouco.
Não sei quem era a "beldade", mas foram muitos os fotógrafos
O que neste caso significa dizer que não basta aumentar as horas dedicadas à Matemática (ou à Língua Portuguesa) e esperar que ao fim de um ano se dê o milagre da multiplicação da sapiência - será mais fácil o dos pães.
Tem que se saber o que se quer, definir bem os caminhos e as estratégias para lá chegar, envolver professores, responsabilizar pais e alunos, ser perseverante e... ter a paciência de esperar por resultados, com tempo e trabalho.
Educar/ensinar (procurar fazer com que os jovens aprendam), ter resultados, não é de um momento para o outro.
Os governos e a comunicação social sofrem muito de ansiedade. Ficam nervosos muito facilmente.