"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

domingo, 30 de novembro de 2014

A chilreada fortuita dos pássaros





sexta-feira, 28 de novembro de 2014

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Título bombástico!

Pelo título do DN on-line se percebe o interesse da entrevista do Primeiro-Ministro esta noite: ZERO!
A afirmação é de uma profundidade... Nunca ninguém disse tal coisa!!!


Também o modelo de entrevista e com este jornalista...
Nunca se iria longe!


O Cante Alentejano Património da Humanidade

CANTEmos

Património imaterial e material
Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa nos Jerónimos


O Cante Alentejano, representado em Paris pelo Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa - os "artesãos" desta candidatura (com a Câmara Municipal) - está inscrito na lista representativa do Património Cultural da Humanidade.




domingo, 23 de novembro de 2014

Isto de saber ler...

«A poderosa razão que o lavrador Roberto Rodrigues opunha para não mandar ensinar a ler o filho, era — que ele pai também não sabia ler, e mais arranjava lindamente a sua vida. Esta vinha a ser a razão capital, reforçada por outras subalternas e praticamente bastante persuasivas.
— Se o rapaz souber ler — argumentava triunfantemente o idiota — assim que chegar a idade, às duas por três, fazem-no jurado, regedor, camarista, juiz ordinário, juiz de paz, juiz eleito. São favas contadas. Depois, enquanto ele vai à audiência ou à Câmara, a Cabeçais, daqui uma légua, os criados e os jornaleiros ferram-se a dormir a sesta de cangalhas à sombra dos carvalhos, e o arado fica também a dormir no rego. E ademais, isto de saber ler é meio caminho andado para asno e vadio.
E citava exemplos, personalizando meia dúzia de brejeiros que sabiam ler e eram mais asnos e vadios que os analfabetos.»
Camilo Castelo Branco, Vulcões de Lama


O sentido da palavra nobre

Antes que ensandeçamos com a histeria de uma série de ditos repórteres-jornalistas a propósito da detenção para interrogatório de José Sócrates, ainda mal refeitos do caso dos vistos gold (que, entretanto, perderam todo o brilho jornalístico), contemplemos o sorriso das vacas.
Ao "jornalismo de matilha", prefiro a bovinidade.
Repetindo Marguerite Yourcenar, nestas situações "é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros." É mais saudável.
Procuremos não ir na corrente e manter a lucidez.

Em contrastes com o que serão comportamentos pouco éticos, falemos de nobreza.
Há quase duas semanas faleceu Fernando Mascarenhas, com ou sem o Dom, Marquês de Fronteira e de Alorna e Conde da Torre, entre muitos outros títulos.
Numa entrevista concedida em Dezembro de 2000, afirmava o marquês:
«Há dois sentidos da palavra nobreza: a nobreza como substantivo e a nobreza como adjectivo. Todas as pessoas, qualquer que seja a sua condição social, podem ser nobres, sem que os seus avós tenham pertencido à classe da nobreza. Idealmente, os dois sentidos tendem a coincidir. Idealmente, numa sociedade ideal, as pessoas nobres de alma e de carácter deviam ser nobilitadas. Fui educado a saber a história que carregava no meu nome e tive de aprender a conhecê-la bem, a merecê-la, sem que, por isso, me sentisse senhor de quaisquer prerrogativas especiais.» 



«Ter a noção de que tinha nascido nobre era de algum modo um privilégio (que hoje em dia, felizmente, não se traduz em nada de concreto), mas tinha que dele dar conta ao exterior. Não me ilibava de nada.»

Seria bom que todos aqueles que hoje desempenham ou pretendem vir a desempenhar cargos públicos assim pensassem: que esse exercício é um privilégio que, mais do que os ilibar de tudo ou de algo, os deve obrigar a um comportamento rigoroso e honesto.
Mais do que legal, o seu comportamento deve ser honesto.
Devem ser nobres.

Que não se deixem cair em tentação. Amén. 


sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Columbano Bordalo Pinheiro


Columbano nasceu a 21 de Novembro de 1857.

Em Junho falou-se muito dos painéis que pintou para o salão do Palácio do Conde de Valenças (Lisboa) e que foram a leilão.


Ao que li, os painéis não chegaram a ser vendidos.

No Parlamento, nos Passos Perdidos, encontramos outro conjunto de pinturas suas.



Mercado de Gastronomia - Serpa



Amanhã Hoje e Sábado, em Serpa - no Centro de Apoio ao Desenvolvimento Económico de Serpa - o Mercado de Gastronomia, onde produtores do Alentejo, do Algarve e da Andaluzia colocam os seus produtos à venda.

Os objectivos são promover a produção artesanal, o emprego e o desenvolvimento rural sustentável e incentivar o consumo de proximidade, eliminando intermediários.

Realizam-se, também, actividades de animação, estando exposta uma colecção de fotografias sobre o rio Guadiana.

Ponte sobre o Guadiana (da linha do ramal de Moura)


quarta-feira, 19 de novembro de 2014

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Matéria de estrelas

Porque é tudo para sempre, mesmo a 
            efémera morte,
encontrar-nos-emos eternamente
e nunca mais nos veremos.
O impossível volta a ser impossível. 
            Para sempre.

Impossível é cada manhã aberta,
um deus sonha consigo através de nós.
Às vezes quase posso tocá-lo, ao deus,
surpreendê-lo no seu sono, também ele real e efémero.

Matéria, alma do nada,
os mortos ouvem a tua música sólida
pela primeira vez, como uma respiração de estrelas.
A sua intranquilidade transforma-se em si mesma, música.
Manuel António Pina

Manuel António Pina nasceu a 18 de Novembro de 1943.


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Amadeo de Souza-Cardoso

«Eu não me sujeito a outra vida que não seja a da arte.»

Cozinha de Manhufe

Amadeo de Souza-Cardoso nasceu em Manhufe (concelho de Amarante), a 14 de Novembro de 1887.


segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Pink Floyd - The endless river

The Division Bell terminava com High Hopes.

(...)
The grass was greener
The light was brighter
The taste was sweeter
The nights of wonder
With friends surrounded 
The dawn mist glowing
The water flowing
The endless river

Forever and ever


20 anos volvidos, continua esse rio interminável que é a música dos Pink Floyd.




domingo, 9 de novembro de 2014

Muros


Há mais muros para derrubar e outros que não devemos deixar erguer.




Por cada professor que dispensarem câmaras recebem 13 600 euros

No Diário de Notícias:
Por cada professor que dispensarem câmaras recebem 13 600 euros - Portugal - DN

Na educação, a política do Governo tem esta tara de perseguição aos professores:



Mais um recorde de Cristiano Ronaldo

O título é falso.
Pretendo, apenas, fazer uma experiência...

O que é verdade são os bons resultados na ginástica:
Filipa Martins ganhou a medalha de ouro na prova de paralelas assimétricas na Taça do Mundo de Medelin.
Raquel Pinto ganhou a medalha de bronze na prova de tumbling dos campeonatos do mundo de trampolins, em Dayton Beach; o 4.º lugar também foi português, por Beatriz Botelho.

Filipa Martins e Raquel Pinto

Museu de Artes Decorativas Portuguesas


O Museu de Artes Decorativas Portuguesas está instalado no Palácio Azurara, às Portas do Sol, em Lisboa.

O palácio foi comprado, em 1947, por Ricardo Espírito Santo Silva, que o restaurou como uma casa aristocrática do século XVIII.



Com a colaboração do arquitecto Raul Lino, introduziu elementos de arquitectura que criaram o espaço museológico. As salas foram decoradas com peças da colecção do banqueiro e empresário, adquiridas ao longo de anos a outros coleccionadores, antiquários e leiloeiros.


A 28 de Abril de 1953 foi inaugurado o Museu-Escola de Artes Decorativas Portuguesas.
Com o museu nasceu a Fundação com o nome do banqueiro, "instituição de serviço público, tendo por missão preservar, divulgar e transmitir o saber-fazer em artes decorativas e ofícios com elas relacionados."

Constituiu-se a Escola de Artes Decorativas e instalaram-se as Oficinas de Artes e Ofícios num edifício contíguo, onde são ensinadas técnicas de conservação e restauro.



No museu podem ser vistos vários núcleos temáticos: mobiliário, ourivesaria, têxteis, pintura, faiança e porcelana.


É este património que está em risco com o caso do BES e a consequente falta de investimento na Fundação.


Perante a riqueza do património em causa, será que o Estado vai ignorar esta situação?


sábado, 8 de novembro de 2014

Teixeira de Pascoaes - a poesia como voz da infância




«Quando fala, dos longes do próprio eu, a voz da infância, que é a voz autêntica da sua alma, só então Pascoaes ingressa na vida plena, essencial, independente do espaço e do tempo (...)
Com os seus olhos imaculados de menino, Pascoaes foi conquistando uma imagem pessoal do mundo.»
Jacinto do Prado Coelho, A Poesia de Teixeira de Pascoaes



Teixeira de Pascoaes nasceu há 137 anos, em Amarante.



«Sem poesia não há humanidade. É ela a mais profunda e a mais etérea manifestação da nossa alma»


segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Novembro




«O céu 
retém ainda
o voo das cegonhas

regressam as castanhas
no bico do capuz.

Há bruxas
que povoam
as noites de Novembro

no oiro das laranjas
pousa o luar em cruz.»


domingo, 2 de novembro de 2014

Jorge de Sena - Eternidade

Vens a mim
pequeno como um Deus,
frágil como a terra,
morto como o amor,
falso como a luz,
e eu recebo-te
para a invenção da minha grandeza,
para rodeio da minha esperança
e pálpebras de astros nus.

Nasceste agora mesmo. Vem comigo.


Jorge de Sena nasceu a 2 de Novembro de 1919.


A última pincelada


«Viveu em tempos um pintor que nunca conseguia acabar de pintar uma ave, fosse ela uma cegonha ou uma garça. Quando se preparava para dar a última pincelada, ela levantava voo.

E o pintor ficava muito tempo ainda a persegui-la com o pincel no céu azul...»

Jorge Sousa Braga, Os pés luminosos


sábado, 1 de novembro de 2014

1 de Novembro de 1755

«Asseguro-vos, Excelência, que, por muitos desconcertos da Natureza que me tenha sido dado ver, ou que ainda verei, nenhum me parece de mais incompreensível extensão ou gravidade. De tal forma que, não fosse não acreditar nas obscuras justificações derivadas da vontade divina (...) seria tentado a admitir que apenas os muitos pecados e desmandos de um povo podem explicar a desgraça que sobre o seu destino se abateu.»
António Mega Ferreira, Cartas de Casanova - Lisboa 1757

Praça de St.ª Catarina, pintura de João Clama (1760)

Caiu o Carmo e a Trindade.
Campo de Ourique foi resvés.
E nunca mais D. José I, que milagrosamente estava em Belém, habitaria casa de alvenaria.