"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

terça-feira, 31 de março de 2015

Papel de cortiça - há 100 anos em Portugal

O livro de Diário da Mundet regista pela primeira vez, no final do mês de Março de 1915, o valor da cortiça cozida para o fabrico de papel na sua fábrica do Seixal.
Três meses depois está registada a primeira venda de papel de cortiça.
Tudo indica que a Mundet foi, durante muitos anos, a única empresa produtora de papel de cortiça, em Portugal.

Laminagem do papel de cortiça
(neste caso não se trata da fábrica da Mundet)
À data, o papel destinava-se aos filtros dos cigarros, então popularizados, atendendo, nomeadamente, ao público feminino. Os fabricantes de cigarros começaram a usar "pontas" nos seus cigarros. «Era uma série variada e exótica: pontas de veludo, pontas de pétalas de rosa, pontas de ouro, pontas de seda, etc. Houve uma ponta de cigarro, contudo, que provou ser mais do que uma moda passageira, e essa foi a de cortiça.»

Um texto publicitário da Mundet explica o efeito da cortiça: «O que a cortiça realmente faz é tornar o cigarro mais suave, mais fresco, mais agradável e apetecível. Para os lábios a cortiça dá uma agradável sensação. É macia mas não escorregadia, fresca mas não fria, firme mas não dura. A cortiça impede que o cigarro se pegue aos lábios, mantém a ponta redonda, firme e fácil de fumar até ao fim. Sendo um isolante natural, a cortiça reduz a quantidade de calor que chega aos lábios, tornando assim o cigarro deliciosamente fresco. A folha de cortiça, se bem que inferior a um milésimo de polegada de espessura, dá uma extraordinária consistência à ponta do cigarro e a cortiça, sendo impermeável, impede que a ponta do cigarro se humedeça arruinando assim o sabor do tabaco.»



Sobre o fabrico do papel de cortiça muito se poderia dizer.
Muitos produtos que hoje se vendem forrados por papel de cortiça e que parecem novidade - desde sapatos a malas, material de escritório, vestuário, etc, - chegaram a ser fabricados pela Mundet ou a ser forrados pelo papel de cortiça fabricado nas oficinas da Mundet, nas décadas de 60, 70 ou 80 do século passado.
A crise da empresa, que encerrou em 1988, não permitiu o desenvolvimento desta área da produção corticeira.

Mas assinalem-se os 100 anos da produção do papel de cortiça em Portugal, numa fábrica do Seixal.

Logotipo da Mundet impresso sobre papel de cortiça

O Ecomuseu Municipal do Seixal mantém, no seu núcleo da Mundet, uma exposição sobre o papel de cortiça - Cortiça ao milímetro .


segunda-feira, 30 de março de 2015

"Amadores" chegam à Assembleia Regional


O PSD volta a ganhar as eleições regionais da Madeira com maioria absoluta. O PS deve estar em estado de choque...

O Juntos Pelo Povo (JPP) foi a 4.ª força política mais votada - 10,34% dos votos e 5 deputados eleitos (terá menos 1 do que a coligação liderada pelo PS).


Legalizado já este ano, o JPP nasceu de um movimento concelhio (Santa Cruz, Madeira), tendo ganho com maioria absoluta as últimas eleições autárquicas nesse concelho.

Mas o que me levou a procurar informação sobre esta organização e o seu líder (um arqueólogo) foi a forma como uma repórter de um dos principais canais de televisão falou do JPP, classificando os seus eleitos de amadores.
Pressupõe que a gestão da coisa pública deverá ser deixada aos profissionais - aos do costume. Entende-se que profissionais devem ser aqueles que nunca trabalharam na vida, crescendo nas Jotas e singrando nos principais partidos, depois de viverem à conta dos favores e à sombra dos padrinhos, como Passos Coelho.

É um entendimento muito redutor da vida política.


domingo, 29 de março de 2015

Alegres... por outro motivo

Os aldeões nem sabiam de que terra eram!...


Como cantava o Joe Cocker, Something's coming on (ele também não sabia bem o que era...).




A Invenção do Dia Claro

Almada tinha razão: mais luz, alegres.




História das Palavras

«As mulheres e os homens estavam espalhados pela Terra. Uns estavam maravilhados, outros tinham-se cançado. Os que estavam maravilhados abriam a bocca, os que se tinham cançado tambem abriam a bocca.

Houve um homem sósinho que se poz a espreitar esta diferença - havia pessoas maravilhadas e outras que estavam cançadas. 

Depois ainda espreitou melhor. Todas as pessoas estavam maravilhadas, depois não sabiam aguentar-se maravilhadas e ficavam cançadas.

As pessoas estavam tristes ou alegres conforme a luz para cada um - mais luz, alegres - menos luz, tristes.

O homem sósinho ficou a pensar n'esta diferença. Para não esquecer fez uns signaes n'uma pedra.

Este homem sósinho era da minha raça - era um Egypcio!

Os signaes que elle gravou na pedra para medir a luz por dentro das pessôas, chamaram-se hieroglifos.

Mais tarde veiu outro homem sósinho que tornou estes signaes ainda mais faceis. Fez vinte e dois signaes que bastavam para todas as combinações que ha ao Sol.

Este homem sósinho era da minha raça - era um Phenicio!

Cada um dos vinte e dois signaes era uma lettra. Cada combinação de lettras uma palavra.»

Almada Negreiros, A Invenção do Dia Claro


Domingo de Ramos

Abertura da Semana Santa.
O Domingo de Ramos comemora a entrada de Jesus em Jerusalém.


«Uma grande multidão estendia as suas capas no caminho, enquanto outros cortavam ramos das árvores e os espalhavam pelo chão fora. E tanto as pessoas que iam à frente de Jesus como as que iam atrás exclamavam :
"Glória ao Filho de David!
Bendito seja seja aquele que vem
em nome do senhor!
Glória a Deus nas alturas!"
Quando Jesus entrou em Jerusalém, toda a cidade ficou em alvoroço e perguntavam: "Quem é este?" E da multidão respondiam: "Este é Jesus, o profeta que é de Nazaré da Galileia!"
Jesus entrou no templo e expulsou todos os que ali estavam a vender e a comprar. Deitou ao chão as bancas dos que trocavam dinheiro e as mesas dos que vendiam pombas. Depois disse-lhes: "Deus diz na Sagrada Escritura: O meu templo será declarado casa de oração. Mas vocês transformaram-no em caverna de ladrões!»
Mateus 21:8-13

Cinco dias depois, a multidão que aclamou Cristo na sua entrada triunfal é a mesma que o leva à crucificação.
Cristo terá subestimado os mercados.



Dança dos ponteiros

Hora vai, hora vem...
Ora vai, ora vem...
(agora, foi-se...)
Os relojoeiros desacertam e acertam as horas solares.




Quem acerta os relógios de sol?

Relógio de Sol da igreja do Seixal


sábado, 28 de março de 2015

Blá, blá, blá, blá, blá, blá...

... enjoo, enjoo, enjoo, enjoo, enjoo, enjoo...
... nojo, nojo, nojo, nojo, nojo, nojo...
deste jornalismo, destes jornalistas...





Prova de resiliência


A maior prova da nossa forte resiliência é sobrevivermos ao seu governo e ao voluntário de Belém.


Dia Nacional dos Centros Históricos

A data de nascimento de Alexandre Herculano, um dos primeiros defensores do património histórico, é a da comemoração dos centros históricos.

Capa da revista Centros Históricos (n.º 2 - 1990)
com desenho da cidade de Angra do Heroísmo
Sei que Pedrógão Grande foi o centro das comemorações oficiais. Havia programas definidos para meia dúzia de cidades. Desconheço se havia para Lisboa. 
Quanto à revista, que eu saiba, também já foi (há uns anos)!


sexta-feira, 27 de março de 2015

Dia Mundial do Teatro


Mosaico romano da Villa del Cicerone representando uma cena de teatro (Museu Arqueológico Nacional de Nápoles).


Watcher of the skies

Os velhos Genesis
em dia de aniversário (65.º) de Tony Banks. A entrada de órgão é dele, na música que era a faixa de entrada de Foxtrot (1972).





Citando Tchekhov...


"A arrogância é uma qualidade que fica bem aos perus."


quinta-feira, 26 de março de 2015

No princípio é o cacau


Depois o chocolate.

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolate com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Álvaro de Campos, Tabacaria


terça-feira, 24 de março de 2015

A infância de Herberto Hélder

No princípio era a ilha
embora se diga
o Espírito de Deus
abraçava as águas

Nesse tempo
estendia-me na terra
para olhar as estrelas
e não pensava
que esses corpos de fogo
pudessem ser perigosos

Nesse tempo
marcava a latitude das estrelas
ordenando berlindes
sobre a erva

Não sabia que todo o poema
é um tumulto
que pode abalar
a ordem do universo agora
acredito

Eu era quase um anjo
e escrevia relatórios
precisos
acerca do silêncio

Nesse tempo
ainda era possível
encontrar Deus
pelos baldios

Isso foi antes
de aprender a álgebra
José Tolentino Mendonça, Os dias contados

O primeiro poema do primeiro livro de poemas de José Tolentino Mendonça, sobre Herberto Hélder, poeta que admira.

Herberto Hélder (1930 - 2015)

Revista de uma geração

24 de Março de 1915
Publicação do n.º 1 da Orpheu.



"Literatura de manicómio" é o título de um artigo de A Capital em que se analisa (?) a revista.
Os poetas de Orpheu são considerados "casos de paranóia", clinicamente falando. Orpheu é considerado um caso de foro psiquiátrico.


«Rilhafolescamente: A humanidade avança... mais 200 anos e o mundo será um grande manicómio.»
(O Povo, 17 de Abril de 1915)

Como escrevia Fernando Pessoa numa carta a Côrtes-Rodrigues (4 de Abril de 1915): «Somos o assunto do dia em Lisboa; sem exagero lho digo. O escândalo é enorme. Somos apontados na rua, e toda a gente - mesmo extraliterária - fala do Orpheu.»

É assim que Fernando Pessoa apresenta a revista, quando, depois do n.º 2, escreve a Camilo Pessanha a convidá-lo para colaborar:
«(...) é a única revista literária a valer que tem aparecido em Portugal, desde a Revista de Portugal, que foi dirigida por Eça de Queirós. A nossa revista acolhe tudo quanto representa a arte avançada; assim é que temos publicado poemas e prosas que vão do ultra-simbolismo ao futurismo.»

Orpheu é uma bem-aventurada reunião de um conjunto multifacetado de poetas e artistas com "afinidades dissonantes". «Quando algumas pessoas têm a mesma desgraça... juntam-se.», afirmou Almada Negreiros na entrevista que deu, em 1969, no Zip Zip.
Corresponde a um encontro pleno das letras com as artes, espaço de uma expressão criativa de ruptura. A alma modernista centra-se em Almada Negreiros, Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, todos numa fase de afirmação e de irreverência própria de quem está na casa dos vinte anos.

Como continua Fernando Pessoa na carta para Camilo Pessanha, «[A revista] tem sabido irritar e enfurecer, o que, como V. Ex.ª muito bem sabe, a mera banalidade nunca consegue que aconteça. Os dois números não só se têm vendido, como se esgotaram, o primeiro deles no espaço inacreditável de três semanas. Isto alguma coisa prova - atentas as condições artisticamente negativas do nosso meio - a favor do interesse que conseguimos despertar.»

Júlio Dantas atacava: «Quem não tem juízo, é quem os lê, quem os discute e quem os compra.»

Resposta (através de Almada): «Morra o Dantas, morra! PIM!»


domingo, 22 de março de 2015

Para (quase) acabar a colecção de miradouros de Lisboa

Ainda não subi ao arco da Rua Augusta e ao terraço do zimbório da Basílica da Estrela.
Faltavam-me estes dois para a colecção:


À esquerda, o miradouro da Senhora do Monte

Destaque para a "massa" do Hospital de S. José
Sobre o hospital, o Convento do Carmo. Ao fundo, a "outra banda", com Almada velha

Ao cimo, cúpula da Basílica da Estrela;
a "meio caminho", Paço da Bemposta (destaca-se a fachada da capela)

Miradouro da Penha de França

Destaque para as duas torres do Instituto Superior Técnico
Ver os aviões "atravessarem" o Ministério do Trabalho
(felizmente, não é o 11 de Setembro)




Eclipse muito pessoal

O eclipse do Sol na minha mão...

Esta é que é a minha...


sábado, 21 de março de 2015

Celebração da Primavera (2)

Celebrar... também com ervilhas. 



Dia Mundial da Floresta

Já não sei se o dia é da floresta ou da árvore, mas muitas árvores fazem a floresta.

Lembrar a importância do montado...  



Em todo o acaso

Remancha, poeta,
Remancha e desmancha
O teu belo plano
De escrever p'la certa.

Não há "p'la certa", poeta!

Mas em todo o acaso acerta
Nem que seja a um verso por ano...

Alexandre ONeill, No Reino da Dinamarca


sexta-feira, 20 de março de 2015

Primeiro dia de primavera

Primeiro dia de primavera:
que distante me parece
o inverno
José Tolentino Mendonça, A papoila e o monge


Celebração da Primavera

... Com um prato de favas (e uma salada verde)!



O eclipse do Sol, o Tintim e os refrescos Royal

Os eclipses, para mim, começaram com o Tintim e O Templo do Sol.
Penso que foi o primeiro livro do Tintim que li, através de uma colecção de cromos vendida com os refrescos Royal


O eclipse da história salvou o herói e os seus dois amigos (o capitão Haddock e o professor Girassol), condenados à morte nos Andes.

Quanto aos refrescos Royal, como muitos miúdos na época (anos 60), em que a oferta de sumos e refrigerantes era muito menor, gostava muito de os beber. Não faltavam nas festas de aniversário.
Compravam-se as carteirinhas com o "pó de fruta", dissolvia-se o pó num litro de água, juntava-se açúcar, gelo (se havia - ainda (sobre)vivi sem frigorífico em casa). Facílimo de preparar.


A caderneta dos cromos
O que me ficou da leitura do livro foi o gosto pelas aventuras do Tintim e o interesse (durante uns bons anos) pelos Incas.


Sol do mendigo (em dia de eclipse)


Olhai o vagabundo que nada tem
e leva o Sol na algibeira!
Quando a noite vem
pendura o Sol na beira dum valado
e dorme toda a noite à soalheira...
Pela manhã acorda tonto de luz.
Vai ao povoado
e grita:
- Quem me roubou o Sol que vai tão alto?
E uns senhores muito sérios
rosnam:
- Que grande bebedeira!

E só à noite se cala o pobre.
Atira-se para o lado,
dorme, dorme...
Manuel da Fonseca, Rosa dos Ventos


quinta-feira, 19 de março de 2015

Crescei e multiplicai-vos

era lema do PPD, pouco depois do 25 de Abril de 1974.



Cheiro a bafio

Quando as Finanças estão "a arder"... uma afirmação salazarenta - alguém zela por nós, pelo nosso bem estar...



Cádis 1812

Há 203 anos, foi aprovado o primeiro documento constitucional ibérico, a Constituição de Cádis - Constituicion Politica de la Monarquia Española.

No romance Assédio, de Arturo Pérez-Reverte, está descrito o ambiente dramático em que decorreram os trabalhos finais das Cortes Constituintes, numa cidade cercada pelas tropas de Napoleão. Os mesmos franceses que, revolucionariamente, inspiraram os regimes liberais europeus.
Contradições da História.


A história da Constituição de 1812, que inspirou os liberais portugueses e a primeira Constituição portuguesa, 10 anos mais tardia, é tão atribulada quanto a da nossa Constituição de 1822.
O seu período de vigência foi curto, voltou posteriormente a estar em vigor e "perdeu-se" no mar revolto das lutas liberais.

É curiosa a imagem da cidade de Cádis na capa e quem leu (ou vier a ler) Assédio não deixa de reconhecer o envolvimento da cidade.




Weathered Cork Dome

Cortiça, pelas mãos de um artista inglês, numa exposição no Museu Biedermann (Donaueschingen - Alemanha).

David Nash - Weathered Cork Dome
Onde é que ele terá comprado a cortiça?


quarta-feira, 18 de março de 2015

José Gomes Ferreira cinéfilo (1)

Às vezes fico com a sensação de que um local que visito se torna centro das atenções nos tempos mais próximos, que uma personagem "encontrada" em exposições ou em livros se torna súbita mas repetidamente referida nos meios de comunicação social... Distracção prévia, coincidências, efeito magnético ou egocentrismo.

Após a visita à exposição sobre Cottinelli Telmo, ao pegar n'O irreal quotidiano, de José Gomes Ferreira (1971), leio a passagem 
«Aqui, há quarenta anos, numa manhã de sol aberto, acampei com o operador cinematográfico Bobone, para filmarmos os planos iniciais de A Canção de Lisboa. O Cottinelli acordou aborrecido e, a mastigar sono, perguntou-me: "queres ir tu?".
Aceitei e lá fui por essas ruas, muito feliz daquele escândalo brando de andar a exibir-me com camisolas de cineasta, máquinas e reflectores...»

Penso "O que é que o José Gomes Ferreira tem a ver com o filme?"

José Gomes Ferreira
Procuro na sua fotobiografia e lá está a colaboração em revistas sobre cinema, o trabalho na tradução e legendagem de filmes e a sua participação, a diferentes títulos, na que se convencionou chamar sétima arte (sempre sétima, numa ordem com as suas variações...).

«Foi nessa época (...) que o Eduardo Chianca de Garcia (...) se entregou à tarefa de criar a Tóbis Portuguesa com outros comparsas entusiásticos. E assim se iniciou o período dos filmes falados portugueses, com A Canção de Lisboa de que o Cottinelli Telmo foi a alma viva e ainda hoje faz rir até às lágrimas do fundo dos olhos, pelo que existe de lisboeta à René Clair (a célebre "cegada", por exemplo) autêntico clássico do nosso cinema notavelmente interpretado por António Silva, Vasco Santana e a querida Beatriz Costa. Para mim é uma honra especial lembrar-me de que assisti, como representante do Telmo, à montagem de A Canção de Lisboa feita por uma francesinha gira. (Era o primeiro fonofilme - como nesse tempo se dizia na nossa língua - montado em Portugal. (...)»

Segundo a ficha técnica de A Canção de Lisboa, José Gomes Ferreira trabalhou na montagem do filme.
E encontramos, ainda, o pintor Carlos Botelho, como assistente de realização, e o realizador Manoel de Oliveira, como actor.
Os cartazes do filme são da autoria de Almada Negreiros.


Só artistas!!!


No Estado a que isto chegou...



... que confiança podemos ter no neste Estado?


terça-feira, 17 de março de 2015

Elis Regina - Águas de Março fechando o Inverno

Elis
Faria hoje 70 anos.



São as águas de Março fechando o Verão... 


Graça Morais

Graça Morais nasceu a 17 de Março de 1948.



Um quadro é sempre o lugar da minha maior intimidade. Estou lá toda.
Tudo o que absorvo do exterior passa por dentro de mim, 
pelas minhas vísceras, pela minha cabeça. 
E depois sai e fica uma tela.
Graça Morais