"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

domingo, 30 de julho de 2017

Bergman e Antonioni

Morreram os dois no mesmo dia, exactamente há 10 anos.

«Bergman é o teatro. O miúdo que leu o Strindberg todo na adolescência (uma brutalidade inimaginável) fez todo o seu mundo no teatro: encenou peças, casou com actrizes, cultivou os seus actores fetiche, escreveu argumentos sobre meios teatrais. É um cineasta da palavra. (...) Bergman foi um autor da gravidade.

Antonioni é um cineasta da imagem. O que acima de tudo retemos dos seus filmes são avenidas largas, ilhas desertas, postes de electricidade, gruas. É um cinema visual, um cinema de arquitectura, que ao tempo (à palavra) sempre preferiu o espaço (a distância). (...) Dizem que inventou um cliché – a "incomunicabilidade" (...)»
Pedro Mexia

Por coincidência, a 31 de Julho desse ano voei para Estocolmo. Decorriam na cidade as cerimónias fúnebres de Bergman e eu ia começar as minhas férias.

Estocolmo - Teatro Nacional, de que Ingmar Bergman era director, em 2007


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